Postagens

Mostrando postagens com o rótulo maternidade real

E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Imagem
Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Imagem
Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

Você já viveu o seu luto? O que ninguém te conta sobre a maternidade e os sonhos não realizados

Imagem
Você já viveu o seu luto? Quase sempre, quando pensamos nessa palavra, nossa mente associa automaticamente à morte, à perda de alguém. Mas a verdade é que o luto vai muito além disso. Ele pode estar presente na nossa vida de maneiras silenciosas, disfarçado de frustração, tristeza, decepção e até de culpa. O luto também mora nos sonhos que não se realizaram, nas expectativas que não se concretizaram, nas versões da vida que planejamos, mas que não aconteceram. E é sobre isso que quero falar hoje, abrindo meu coração de forma muito honesta e real. Eu tenho vivido, de forma silenciosa e dolorosa, o luto por não viver a maternidade que idealizei. E, sim, isso dói mais do que eu imaginava. Desde muito nova, eu carregava dentro de mim uma certeza que nem o tempo, nem as opiniões alheias conseguiram apagar. Eu queria ser mãe. E mais do que isso, eu queria ser aquela mãe presente, disponível, entregue. Sonhava em ser dona de casa, esposa e mãe. Sonhava com uma maternidade inteira, sem precisa...

Já pensou em desistir? Eu também. E hoje foi um desses dias.

Imagem
Você já sentiu vontade de desistir? De tudo? Do trabalho, da rotina, da pressão silenciosa que insiste em gritar dentro da gente? Eu já. Inúmeras vezes. E hoje foi um desses dias. Acordei com o coração apertado, carregando na mente a lista de falhas do trabalho que ainda precisam ser resolvidas. Aquela sensação de que estou sempre correndo atrás e nunca alcançando nada. A casa me olha com uma bagunça que reflete exatamente como me sinto por dentro. O suporte ao meu filho, que tento oferecer com tanto amor, parece falhar quando estou exausta demais para brincar, conversar, estar por inteira. É como se tudo estivesse fora do controle. E, de certa forma, está. Ser mulher, esposa e mãe é viver equilibrando pratos invisíveis. A gente se cobra demais, se doa demais, e quase nunca se permite parar. Mas hoje, no meio do caos, respirei fundo. Lembrei que, apesar de tudo, hoje é só mais um dia . E amanhã... amanhã pode ser diferente. Esse espaço aqui — meu blog, minha terapia — é também pa...

Quando percebi que o problema era eu

Imagem
Você já se pegou pensando que talvez o problema não sejam os outros… mas você mesma? Essa pergunta me atravessou como uma flecha, em um daqueles dias em que tudo parece fora do lugar. E a resposta, dolorosa e libertadora, foi: sim. Por muito tempo, eu culpei o mundo ao meu redor pelas coisas que não conquistei. Meus pais, colegas de trabalho, meu marido, até mesmo as circunstâncias. Mas aos poucos fui entendendo que a vida muda quando a gente escolhe se responsabilizar por ela. Durante anos, acreditei que minha infância havia me roubado a confiança. Me apeguei às falhas dos meus pais — o jeito duro de criar, os conselhos ríspidos, a dificuldade em acolher minhas emoções. Mas deixei de olhar para os esforços deles, para as limitações que também carregavam. Eles foram criados à base do “engole o choro”, do “não tem motivo para drama”. Eles fizeram o melhor que puderam com o que tinham — e isso é verdade para tanta gente da nossa geração. Mais tarde, culpei colegas de trabalho por meu ...

"Por que você está boazinha hoje?": Quando o cansaço vira rotina e afasta a gente de quem ama

Imagem
Como a maternidade pode ser um convite (doloroso, mas necessário) para nos reconectarmos com nós mesmas Ser mãe, esposa, mulher e ainda dar conta de tudo o que o mundo espera de nós… é possível? Em uma noite comum, ajudando meu filho com a lição de casa, ouvi uma pergunta que me atravessou como um raio silencioso: “Por que você está boazinha hoje?” Naquele momento, percebi o quanto o meu esgotamento tinha se tornado visível para ele. A pergunta, ingênua e sincera, carregava um mundo de significados. Foi como um espelho colocado diante de mim — um espelho sem filtro, que me mostrou o quanto minha exaustão emocional já estava afetando o modo como minha família me percebia. E, mais do que isso: o quanto eu havia deixado de perceber a mim mesma. O termômetro que me acordou Meu filho, com sua sensibilidade, se tornou o termômetro da minha desregulação interna. Através dele, comecei a enxergar a urgência de buscar ajuda, de rever escolhas, de resgatar pedaços de mim qu...

Quando Dizer “Não” é um Ato de Coragem: Reflexões de uma Mulher que Está se (Re)conhecendo

Imagem
A maternidade me mudou. O casamento me desafia. E, muitas vezes, o trabalho me esgota. Sou mulher, esposa, mãe… e alguém que está tentando, dia após dia, não se perder de si mesma. Nos últimos tempos, tenho usado a escrita como uma forma de terapia — um jeito de me ouvir no meio do barulho do mundo. Revisitar antigas crenças, refazer caminhos e romper padrões que já não me cabem tem sido tão necessário quanto doloroso. Nem sempre é fácil se encarar com honestidade. Dizer “não” ainda me custa caro Dizer “não” para os outros, quando isso significa dizer “sim” para mim, tem sido um desafio enorme. Sinto culpa. Sinto medo. Sinto como se estivesse falhando. Deixar o trabalho no trabalho parece uma meta inalcançável. Mesmo quando o expediente termina, minha mente continua ligada, preocupada, produtiva — como se a minha existência dependesse disso. Já trabalhei em fins de semana que não exigiam minha presença. Já adiei descansos que meu corpo implorava. Já aceitei mais do que eu deveria....

Quando Preciso Ser a Cruela para Ensinar Meu Filho a Dormir Sozinho

Imagem
O peso invisível de ser sempre a presença acolhedora Nem sempre é fácil ser a mãe amorosa, paciente e compreensiva que desejamos ser. Às vezes, para proteger o nosso filho — e a nós mesmas —, precisamos tomar decisões difíceis. E em alguns desses momentos, nos sentimos como vilãs de um conto que só nós sabemos como termina. Essa semana, por exemplo, me senti a própria Cruela DeVil. Tudo porque disse “não” ao meu filho. Um não cheio de amor, de exaustão e de medo. Ele tem onze anos, mas o tempo dele é outro Meu filho tem onze anos, mas, por conta de um atraso cognitivo, vive o mundo com a leveza (e a dependência) de uma criança mais nova. Ele dorme bem apenas quando está colado em mim — como se minha presença fosse um cobertor que o protege da noite. Naquela noite específica, ele quis ficar acordado com o pai até mais tarde. E eu, exausta, fui dormir antes. Horas depois, fui acordada porque ele queria que eu o colocasse para dormir. Disse que ele poderia deitar perto de mim, mas nã...

As raízes que me sustentam: sobre dores herdadas, memórias de afeto e o poder da compreensão

Imagem
Sou mulher, mãe, esposa. Carrego muitos papéis, mas acima de tudo, carrego histórias. As minhas, a do meus filho, e as que me foram contadas antes mesmo de eu saber quem eu era. Minha infância não foi perfeita. Aliás, acho que poucas são. Cresci entre conflitos e confusões que muitas vezes me deixaram marcas, mas também encontrei afeto nos detalhes, nos gestos pequenos, nos momentos que hoje escolho guardar com carinho. Aprendi que há muito mais por trás de cada silêncio, de cada dureza, de cada ausência. Por muito tempo, olhei para meus pais com julgamento. Questionava suas escolhas, suas falas, suas falhas. Achava que haviam errado comigo — e, de certa forma, erraram sim. Mas o que mudou tudo foi entender o que vinha antes de mim. Aos oito anos de idade os meus pais já trabalhavam. Crianças que mal tinham crescido e já carregavam o mundo nas costas. Ambos filhos de pais que bebiam, de mães que se desdobravam entre a lida da casa e a criação dos filhos, como podiam, como conseguiam. C...

Separando os Feijões: Memórias que Curam

Imagem
Sou mulher, mãe e esposa. Mas antes de tudo, sou uma pessoa em constante reconstrução. Meu blog é meu refúgio, um espaço onde tento transformar dores em palavras e histórias em pontes que nos conectam. Hoje, quero compartilhar uma lembrança simples da infância — daquelas que parecem pequenas, mas que guardam dentro de si um poder enorme de cura. As férias na casa dos meus avós: o alívio em meio ao caos Minha infância foi marcada por conflitos, ruídos, descompassos. Mas também teve seus respiros — e os mais doces vieram da casa dos meus avós maternos. Era nas férias que eu encontrava ali um tipo de paz que eu não sabia nomear, mas sentia no corpo. E é sobre uma dessas lembranças que eu quero falar hoje: escolher feijões com a minha avó . Sentávamos lado a lado, geralmente em frente a mesa da cozinha. Ela espalhava os grãos sobre uma peneira e com calma — sem pressa de quem tem o tempo como aliado — começávamos a tarefa de separar os bons dos ruins. Era quase um ritual. Um momento de...

A Carga Invisível da Mulher: Quando Ser Mãe e Esposa Vira um Peso Silencioso

Imagem
Tem dias em que a gente acorda já cansada. O corpo até saiu da cama, mas a cabeça continua carregando tudo o que ficou pendente de ontem, da semana passada, de meses atrás. E, às vezes, nem dá pra explicar o porquê desse peso. Mas ele está lá. Se você é mulher, mãe, esposa — ou tudo isso ao mesmo tempo — talvez saiba bem do que estou falando. Essa carga invisível que acompanha tantas de nós não tem hora para aparecer. Ela mora na cabeça e no coração. É você quem lembra da vacina do filho. Do aniversário da sogra. Da reunião da escola. É você quem compra o presente do colega de sala, organiza a rotina da casa, marca a consulta do marido e ainda tenta — entre um caos e outro — não se esquecer de si mesma. Mas a verdade é que, muitas vezes, você se esquece. Ninguém vê, mas pesa O mais dolorido é que esse esforço quase nunca é notado. Ninguém te aplaude por lembrar que acabou o sabão em pó ou por ter colocado a escova de dentes nova na mala do filho antes da viagem da escola. São det...

O Medo de Mudar e Não Ser Reconhecido: Quando o Amor de Irmãos Fala Mais Alto

Imagem
Ser mãe é, muitas vezes, ouvir coisas que apertam o coração, mas que também revelam a imensidão de sentimentos que habitam os nossos filhos. Recentemente, vivi um momento assim. Uma conversa simples se transformou em um mergulho profundo no universo emocional do meu filho — e quero compartilhar com você essa experiência que me marcou tanto. "Tenho medo dos meus irmãos não me encontrarem" Estávamos em um momento tranquilo, falando sobre muitas coisas, quando meu filho disse: — Tenho medo de mudar o cabelo e ficar muito bonito. Eu, curiosa, perguntei: — Por que? A resposta dele me pegou de surpresa: — Tenho medo de mudar o cabelo e ficar muito bonito… E meus irmãos não me encontrarem. Na hora, meu coração ficou apertado. Um medo tão puro, tão simbólico… E tão cheio de significado. Respirei fundo, olhei para ele com carinho e respondi: — Seus irmãos vão te encontrar de qualquer jeito, filho. E você já é muito bonito. Adoção, vínculo e pertencimento: sentimentos reais e prof...

Adoção e Construção de Vínculos: O Dia em Que Vi Meu Filho Pela Primeira Vez

Imagem
Lembro-me como se fosse hoje. Era fevereiro de 2022 quando vi meu filho pessoalmente pela primeira vez. Eu, meu marido e ele — juntos, como uma nova família prestes a se formar. Passamos aquele final de semana em um misto de alegria, emoção e descoberta. Foi um tempo gostoso, leve, cheio de pequenas surpresas que, até hoje, moram com carinho na minha memória. Parece bobo, mas uma das cenas mais marcantes daquele início foi vê-lo experimentando bacon pela primeira vez. O olhar curioso, o sorriso que surgiu sem ele perceber... aquele instante simples foi um símbolo do recomeço. Um recomeço para ele, para nós, para mim como mãe. Um gesto simples, um alerta silencioso Logo naquela manhã, em um momento de descontração, me aproximei com afeto e fiz um gesto espontâneo: tentei acariciar a cabeça dele. Um carinho, um toque gentil — algo que para mim significava cuidado e presença. Mas ele se esquivou e encolheu o corpo num reflexo rápido e involuntário. Naquele instante, meu coração apertou. E...

Quando o Amor Aprende a se Expressar: Uma Mãe, Seu Filho e as Datas Comemorativas

Imagem
Maternidade real e adotiva: o amor que se constrói no tempo da alma A maternidade me alcançou de forma diferente. Em 2022, meu filho chegou até mim com sete anos. Não veio da minha barriga, mas nasceu no meu coração — e no momento em que ele entrou em casa, comecei a descobrir uma nova versão de mim mesma: mãe. Mas, ao contrário do que romantizam por aí, o amor na adoção não é automático. Ele é possível, profundo, intenso — mas é construído, passo a passo, dia após dia. Especialmente quando se trata de criar laços emocionais com uma criança que já traz suas próprias marcas, histórias e modos de sentir o mundo. As datas comemorativas e o silêncio que machuca Nos primeiros momentos da nossa convivência, percebi algo que me deixou inquieta: meu filho parecia desconfortável com o Dia das Mães, Dia dos Pais e até com o meu aniversário e o do meu esposo. Mas, curiosamente, o aniversário dele era diferente. Ele comemorava com entusiasmo, vibrava com os parabéns e adorava os presentes. Em 2022...

Quando a maternidade toca feridas antigas: o dia em que meu filho "me adotou"

Imagem
Desde que me tornei mãe, a vida tem ganhado outras cores, sons e significados. Algumas coisas, mesmo simples, se tornaram profundamente simbólicas. Outras, por mais corriqueiras que sejam, chegam como verdadeiras tempestades, ativando dores e feridas antigas que eu nem sabia que ainda estavam abertas. A maternidade, para mim, tem sido esse caminho tortuoso e, ao mesmo tempo, mágico: um misto de enfrentamento e cura. E hoje, quero compartilhar algo que pode parecer pequeno para o mundo, mas que mexeu profundamente comigo. Talvez, se você é mãe ou mulher em processo de autoconhecimento, isso também ressoe aí dentro. O gesto singelo que me tocou profundamente Tenho alguns bichinhos de pelúcia pequenos, do tipo que enfeitam mochilas como chaveiros. Não são novos, nem caros, mas têm um valor afetivo especial. E um dia, sem que eu soubesse, meu filho os pegou e levou para a escola. Até aí, tudo bem. Só fui descobrir o motivo real hoje, meses depois do início do ano letivo. Perguntei casualme...