E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Ser mãe é, muitas vezes, ouvir coisas que apertam o coração, mas que também revelam a imensidão de sentimentos que habitam os nossos filhos. Recentemente, vivi um momento assim. Uma conversa simples se transformou em um mergulho profundo no universo emocional do meu filho — e quero compartilhar com você essa experiência que me marcou tanto.
Nos tornamos família através da adoção, e cada palavra dita pelo meu filho me lembra como os laços de amor são poderosos — mas também como podem ser frágeis aos olhos de uma criança. O medo de não ser reconhecido, de não pertencer, de não “caber”... Tudo isso pode se manifestar nas falas mais simples, como a preocupação com uma mudança no cabelo.
Crianças adotadas muitas vezes carregam, mesmo que inconscientemente, o receio de perder o lugar que conquistaram no coração da família. Isso não é falta de amor. É medo. Medo de não ser visto. Medo de não ser reconhecido. Medo de, ao mudar, deixar de pertencer.
Nesse momento, como mãe, o meu papel não foi “corrigir” o medo, mas acolhê-lo com escuta e presença. Acolher é ouvir sem pressa. É validar o sentimento, mesmo quando ele parece “pequeno” para o mundo adulto. E foi o que tentei fazer:
Falei que o amor dos irmãos não depende da aparência;
Disse que laços verdadeiros resistem a qualquer mudança — até de cabelo;
E, acima de tudo, reforcei o quanto ele é amado, hoje e sempre.
Essa conversa me deixou pensando: quantas vezes nós, mulheres, também temos medo de mudar e não sermos mais reconhecidas? Mudar de trabalho, de humor, de rotina, de corpo, de cabelo… E tememos que o outro não nos enxergue mais. Que perca a referência. Que se afaste.
Mas o amor de verdade encontra. Reconhece. Abraça.
E esse é o amor que quero construir todos os dias aqui em casa.
Se você também é mãe através da adoção ou se simplesmente já viveu momentos como esse — em que o coração do seu filho fala mais alto do que as palavras — saiba: você não está sozinha.
Falar sobre adoção, pertencimento, identidade infantil e medos é essencial para quebrarmos tabus e acolhermos nossas crianças com mais verdade.
Se esse texto tocou seu coração, compartilha comigo nos comentários ou nas redes sociais. Vamos transformar nossas histórias em pontes de conexão com outras mães. 💛
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