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Mostrando postagens com o rótulo solidão na vida adulta

Quando ele me chamou de mãe

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Sou mãe de um menino de onze anos. Meu menino. Esperto, lindo e cheio de vida. Mas ele carrega nos ombros uma bagagem que não pertence a nenhuma criança. Uma bagagem que o tempo, a fome, a ausência e a solidão colocaram sobre ele. Ele sabe o que é sentir fome. Sabe o que é não ser cuidado. Sabe o que é andar sozinho por aí, indefeso, tendo apenas a si mesmo. Antes de chegar à minha vida pela adoção, ele viveu capítulos que eu daria tudo para reescrever. E talvez por isso, até hoje, tenha dificuldade de me chamar de “mãe”. Essa palavra parece morar numa prateleira alta demais, inalcançável para ele. Mas na madrugada de sábado para domingo, algo aconteceu. Ele estava com febre. Dormia inquieto, murmurando palavras que vinham de algum lugar entre sonho e delírio. Eu estava ali, ao lado dele, cuidando, sentindo sua respiração quente, atenta a cada movimento. E então… aconteceu. Ele me chamou de Mãe . Foi só uma vez. Baixinho. Quase como se fosse para si mesmo. E naquele instante, o ...

Quem Está ao Seu Lado nas Tempestades?

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Já reparou como a solidão pode se infiltrar silenciosamente na nossa vida? Quando criança, eu era falante, cheia de energia, me envolvia com outras crianças facilmente. Mas algo mudou. Aos sete anos, quase sem perceber, fui me fechando. No colégio, passei a interagir um pouco mais com os meus colegas, mas não o suficiente para construir laços que se tornariam permanentes por toda vida. Talvez você esteja se perguntando: Mas você não tem amigos? Tenho, sim. Mas fui me acostumando tanto a guardar tudo para mim que raramente conseguia compartilhar minhas dores e angústias. A única amiga que conseguia me fazer desabafar partiu cedo demais, vítima de um acidente. E só depois, com a chegada do meu filho, percebi o tamanho do vazio que essa ausência deixou. A maternidade é um furacão de emoções. Entre noites mal dormidas, inseguranças e desafios diários, senti na pele o peso da solidão. Não é só sobre cansaço físico, é sobre a falta de alguém que te olhe nos olhos e diga: "Eu te entendo,...