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Mostrando postagens com o rótulo autocuidado feminino

Quando ele me chamou de mãe

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Sou mãe de um menino de onze anos. Meu menino. Esperto, lindo e cheio de vida. Mas ele carrega nos ombros uma bagagem que não pertence a nenhuma criança. Uma bagagem que o tempo, a fome, a ausência e a solidão colocaram sobre ele. Ele sabe o que é sentir fome. Sabe o que é não ser cuidado. Sabe o que é andar sozinho por aí, indefeso, tendo apenas a si mesmo. Antes de chegar à minha vida pela adoção, ele viveu capítulos que eu daria tudo para reescrever. E talvez por isso, até hoje, tenha dificuldade de me chamar de “mãe”. Essa palavra parece morar numa prateleira alta demais, inalcançável para ele. Mas na madrugada de sábado para domingo, algo aconteceu. Ele estava com febre. Dormia inquieto, murmurando palavras que vinham de algum lugar entre sonho e delírio. Eu estava ali, ao lado dele, cuidando, sentindo sua respiração quente, atenta a cada movimento. E então… aconteceu. Ele me chamou de Mãe . Foi só uma vez. Baixinho. Quase como se fosse para si mesmo. E naquele instante, o ...

Quando o Desânimo Chega e Fica

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Faz quase um mês que não escrevo. E isso me pesa. Já falei aqui outras vezes que esse blog é minha terapia, meu refúgio, meu lugar de cura. Mas, às vezes, até a cura encontra barreiras. E a minha, ultimamente, tem tropeçado em silêncios que não consigo atravessar. O processo de ressignificar a dor exige muito mais do que coragem – exige fôlego. E nem sempre eu tenho. Ando extremamente desanimada. Um tipo de desânimo que não se resolve com uma boa noite de sono ou um café forte. É um cansaço que esgota a alma, que tira a vontade até de fazer o que antes me salvava. É como se as palavras tivessem se escondido de mim. Já se sentiu assim? Tão desanimada que parece que suas forças foram embora e a energia simplesmente não volta? Eu estou exatamente nesse lugar agora. Mas resolvi escrever mesmo assim. Não porque passou, mas porque ainda está aqui. E talvez, dividir esse sentimento seja também uma forma de enfrentá-lo. Escrever, mesmo que doendo, me devolve um pouco de mim. Às vezes, a gente ...

"Por que você está boazinha hoje?": Quando o cansaço vira rotina e afasta a gente de quem ama

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Como a maternidade pode ser um convite (doloroso, mas necessário) para nos reconectarmos com nós mesmas Ser mãe, esposa, mulher e ainda dar conta de tudo o que o mundo espera de nós… é possível? Em uma noite comum, ajudando meu filho com a lição de casa, ouvi uma pergunta que me atravessou como um raio silencioso: “Por que você está boazinha hoje?” Naquele momento, percebi o quanto o meu esgotamento tinha se tornado visível para ele. A pergunta, ingênua e sincera, carregava um mundo de significados. Foi como um espelho colocado diante de mim — um espelho sem filtro, que me mostrou o quanto minha exaustão emocional já estava afetando o modo como minha família me percebia. E, mais do que isso: o quanto eu havia deixado de perceber a mim mesma. O termômetro que me acordou Meu filho, com sua sensibilidade, se tornou o termômetro da minha desregulação interna. Através dele, comecei a enxergar a urgência de buscar ajuda, de rever escolhas, de resgatar pedaços de mim qu...

Como Lidar com a Ansiedade no Trabalho e Priorizar o Que Realmente Importa

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Quando o Trabalho Invade o Nosso Descanso Hoje é sábado. Era para ser um dia de descanso, de conexão com a família, de recarregar as energias. Mas acordei inquieta, ansiosa, com a mente girando em torno de tudo que ficou pendente no trabalho. Se você também já se sentiu assim — incapaz de "desligar" —, saiba que não está sozinha. O peso das cobranças, das tarefas que se acumulam e do medo constante de não dar conta têm me feito repensar minhas escolhas. Mais do que uma simples insatisfação, essa sensação tem gerado uma inquietação profunda que me faz questionar: será que estou no caminho certo? A Dificuldade de Deixar o Trabalho no Trabalho Separar a vida profissional da pessoal nem sempre é simples. Ainda mais para nós, mulheres, que muitas vezes carregamos uma carga mental invisível: Administramos a casa, Cuidamos da família, E ainda tentamos corresponder às exigências do mundo corporativo. Quando a cabeça não descansa, o corpo sente. A ansiedade aparece, o...