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Quando ele me chamou de mãe

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Sou mãe de um menino de onze anos. Meu menino. Esperto, lindo e cheio de vida. Mas ele carrega nos ombros uma bagagem que não pertence a nenhuma criança. Uma bagagem que o tempo, a fome, a ausência e a solidão colocaram sobre ele. Ele sabe o que é sentir fome. Sabe o que é não ser cuidado. Sabe o que é andar sozinho por aí, indefeso, tendo apenas a si mesmo. Antes de chegar à minha vida pela adoção, ele viveu capítulos que eu daria tudo para reescrever. E talvez por isso, até hoje, tenha dificuldade de me chamar de “mãe”. Essa palavra parece morar numa prateleira alta demais, inalcançável para ele. Mas na madrugada de sábado para domingo, algo aconteceu. Ele estava com febre. Dormia inquieto, murmurando palavras que vinham de algum lugar entre sonho e delírio. Eu estava ali, ao lado dele, cuidando, sentindo sua respiração quente, atenta a cada movimento. E então… aconteceu. Ele me chamou de Mãe . Foi só uma vez. Baixinho. Quase como se fosse para si mesmo. E naquele instante, o ...

Maternidade depois dos 35: o amor que nasce no caos e floresce com o tempo

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Sempre soube, sem saber explicar, que minha jornada como mãe não seria tradicional. E, mesmo sem entender como, sentia que meu filho chegaria até meus 40 anos. Ele chegou. Não da forma mais suave, nem da maneira que eu idealizei, mas com a intensidade exata para transformar minha vida. Se você também é mãe — ou sonha ser — e sente que sua história é diferente das que costumam ser contadas, esse texto é para você. A intuição que anunciava um encontro Por meses eu dizia ao meu marido: “Sinto que algo vai acontecer. Não sei o quê, mas sei que será até março.” Março chegou, e junto com ele, o nosso filho. Um menino de sete anos que passou a viver conosco como quem sempre pertenceria à nossa casa — e aos nossos corações. Foi tudo muito rápido. A ansiedade, o medo, a alegria. As promessas silenciosas que fazemos a nós mesmas quando um filho chega: “eu vou dar conta, eu vou ser tudo o que ele precisa”. Mas a maternidade, especialmente quando é atravessada por traumas e histórias pregressas...