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Quando ele me chamou de mãe

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Sou mãe de um menino de onze anos. Meu menino. Esperto, lindo e cheio de vida. Mas ele carrega nos ombros uma bagagem que não pertence a nenhuma criança. Uma bagagem que o tempo, a fome, a ausência e a solidão colocaram sobre ele. Ele sabe o que é sentir fome. Sabe o que é não ser cuidado. Sabe o que é andar sozinho por aí, indefeso, tendo apenas a si mesmo. Antes de chegar à minha vida pela adoção, ele viveu capítulos que eu daria tudo para reescrever. E talvez por isso, até hoje, tenha dificuldade de me chamar de “mãe”. Essa palavra parece morar numa prateleira alta demais, inalcançável para ele. Mas na madrugada de sábado para domingo, algo aconteceu. Ele estava com febre. Dormia inquieto, murmurando palavras que vinham de algum lugar entre sonho e delírio. Eu estava ali, ao lado dele, cuidando, sentindo sua respiração quente, atenta a cada movimento. E então… aconteceu. Ele me chamou de Mãe . Foi só uma vez. Baixinho. Quase como se fosse para si mesmo. E naquele instante, o ...

O Milagre da Adoção e a Alegria Pela Felicidade do Outro

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Hoje eu precisei de um sinal. Um só. Um respiro de esperança em meio aos desafios da maternidade, da vida corrida, das incertezas que insistem em rondar o meu coração. E ele veio — não exatamente para mim, mas por meio da alegria de uma amiga. Conheço há tempos uma mulher forte. Daquelas que a gente encontra na caminhada e guarda no coração. Ela estava há mais de seis anos na fila da adoção. Seis. Anos. Imagine o quanto se espera, sonha, se frustra e recomeça nesse tempo. Conversamos muito sobre nossos filhos: eu recebi o meu e ela continuou aguardando, firme, mesmo quando a fé balançava. Há uma semana ela estava se sentindo profundamente angustiada. Estava cansada, exausta emocionalmente. Achava que talvez fosse hora de desistir. Quem sou eu para julgar? Esperei menos tempo (quatro anos e quase três meses) e já quase sucumbi em alguns dias. A dor de quem espera um filho que ainda não pode abraçar é real, é intensa e muitas vezes silenciosa. Mas foi então que algo mudou. Ela sonhou...

Do Medo à Liberdade: Uma Jornada de Autoconhecimento e Superação

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Desde menina, o medo foi um dos meus companheiros mais fiéis. Ele caminhava ao meu lado dia após dia, sussurrando dúvidas que me impediam de dar o próximo passo. Tinha medo do que pensariam de mim, medo de errar, medo de me expor e ser julgada. Ele me acorrentou de tal forma que, mesmo sonhando alto, conquistei pouco. Se você já sentiu essa angústia, esse nó na garganta que te impede de seguir adiante, eu quero te abraçar com minhas palavras. Você não está sozinha. Sei como é olhar para trás e ver oportunidades desperdiçadas, caminhos não percorridos... Mas também sei que nunca é tarde para mudar essa história, mesmo que não seja um caminho fácil a se percorrer. O Impacto do Medo na Nossa Vida O medo pode ser cruel. Ele sussurra que não somos boas o suficiente, que não devemos tentar, que vamos falhar. Ele nos paralisa nos momentos em que mais precisamos agir. Eu passei anos vivendo à sombra desse sentimento. Sonhei, mas não realizei. Quis voar, mas fiquei no chão. E então, um dia, per...