E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Hoje eu precisei de um sinal. Um só. Um respiro de esperança em meio aos desafios da maternidade, da vida corrida, das incertezas que insistem em rondar o meu coração. E ele veio — não exatamente para mim, mas por meio da alegria de uma amiga.
Conheço há tempos uma mulher forte. Daquelas que a gente encontra na caminhada e guarda no coração. Ela estava há mais de seis anos na fila da adoção. Seis. Anos. Imagine o quanto se espera, sonha, se frustra e recomeça nesse tempo. Conversamos muito sobre nossos filhos: eu recebi o meu e ela continuou aguardando, firme, mesmo quando a fé balançava.
Há uma semana ela estava se sentindo profundamente angustiada. Estava cansada, exausta emocionalmente. Achava que talvez fosse hora de desistir. Quem sou eu para julgar? Esperei menos tempo (quatro anos e quase três meses) e já quase sucumbi em alguns dias. A dor de quem espera um filho que ainda não pode abraçar é real, é intensa e muitas vezes silenciosa.
Mas foi então que algo mudou.
Ela sonhou. Um daqueles sonhos que deixam o coração quentinho ao acordar. Ganhava presentes, inclusive de uma mulher desconhecida. No sonho, ela sorria. Sentia paz. E foi como se aquela angústia que a sufocava tivesse, enfim, perdido força.
E então… o telefone tocou. Um dia após aquele sonho, o telefone tocou. Parece inacreditavel, mas foi real.
O presente chegou. O pequeno Samuel entrou em sua vida e, com ele, a certeza de que Deus age. No tempo certo. No jeito certo. Quando já estamos quase largando tudo. Quando a fé parece frágil demais para segurar.
Hoje me alegrei com a alegria dela. E foi como se Deus também tivesse olhado pra mim e dito: “Está vendo? Ainda existe esperança.”
A felicidade do outro pode ser, sim, a sua gota de esperança. A sua libertação. A lembrança de que nem tudo está perdido, de que algo bom ainda pode te alcançar — mesmo que você esteja cansada de esperar, mesmo que hoje esteja difícil acreditar.
Se você é mulher, esposa, mãe… se você está esperando — por um filho, por uma resposta, por um recomeço — receba essa história como um abraço. Como um lembrete de que ainda vale a pena ter fé. Que a hora certa chega. E que enquanto ela não chega, a gente se alegra pela vitória de outra pessoa, porque o amor compartilhado também pode nos curar.
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