E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Sou uma mulher de 42 anos, mãe, esposa e, acima de tudo, alguém que sente, que vive e que busca sentido em meio ao caos do cotidiano. Aqui não tenho nome, mas poderei ser Ana, Maria, Joana... Há tempos carrego medos e angústias que, como sombras, insistem em me acompanhar. Mas, em vez de fugir, escolhi enfrentá-los de uma forma que me parecia natural: escrevendo.
A escrita tem sido minha terapia silenciosa, um refúgio seguro onde posso colocar para fora tudo o que me inquieta sem medo de julgamentos ou olhares curiosos. Contudo, ao decidir compartilhar minhas experiências, fiz uma escolha consciente: permanecer sem rosto, sem nome, mas jamais sem verdade.
Pode parecer contraditório compartilhar histórias sem se expor por completo, mas há algo de profundamente libertador nisso. Escrever sem a necessidade de uma identidade pública me permite ser ainda mais honesta, mais crua e, ao mesmo tempo, mais próxima de quem lê. Porque, no fim das contas, o que importa não é quem escreve, mas sim a identificação que surge nas palavras, o reconhecimento de que não estamos sós em nossas dores e alegrias.
Vivemos em uma era de hiperexposição, onde parece que só existe quem aparece. Mas será que a essência precisa de um rosto para ser real? Minhas palavras carregam minha essência, e minha história é tão verdadeira quanto qualquer outra, ainda que eu escolha permanecer nos bastidores.
Se você também sente que precisa falar, mas teme o julgamento, saiba que existem muitas formas de se expressar. Escrever tem sido a minha forma de me reencontrar, de entender meus próprios sentimentos e, quem sabe, ajudar alguém que, do outro lado da tela, sente o mesmo.
Aqui, neste espaço, sou eu, sem máscaras, sem filtros, apenas palavras que nascem da minha alma. E isso basta. Porque, no fim das contas, não importa o rosto por trás do texto, mas sim as conexões que ele cria.
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