E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

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Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

A Escrita Como Terapia: Uma Voz Sem Rosto, Mas Com Alma

A Escrita Como Terapia

Sou uma mulher de 42 anos, mãe, esposa e, acima de tudo, alguém que sente, que vive e que busca sentido em meio ao caos do cotidiano. Aqui não tenho nome, mas poderei ser Ana, Maria, Joana... Há tempos carrego medos e angústias que, como sombras, insistem em me acompanhar. Mas, em vez de fugir, escolhi enfrentá-los de uma forma que me parecia natural: escrevendo.

A escrita tem sido minha terapia silenciosa, um refúgio seguro onde posso colocar para fora tudo o que me inquieta sem medo de julgamentos ou olhares curiosos. Contudo, ao decidir compartilhar minhas experiências, fiz uma escolha consciente: permanecer sem rosto, sem nome, mas jamais sem verdade.

Pode parecer contraditório compartilhar histórias sem se expor por completo, mas há algo de profundamente libertador nisso. Escrever sem a necessidade de uma identidade pública me permite ser ainda mais honesta, mais crua e, ao mesmo tempo, mais próxima de quem lê. Porque, no fim das contas, o que importa não é quem escreve, mas sim a identificação que surge nas palavras, o reconhecimento de que não estamos sós em nossas dores e alegrias.

Vivemos em uma era de hiperexposição, onde parece que só existe quem aparece. Mas será que a essência precisa de um rosto para ser real? Minhas palavras carregam minha essência, e minha história é tão verdadeira quanto qualquer outra, ainda que eu escolha permanecer nos bastidores.

Se você também sente que precisa falar, mas teme o julgamento, saiba que existem muitas formas de se expressar. Escrever tem sido a minha forma de me reencontrar, de entender meus próprios sentimentos e, quem sabe, ajudar alguém que, do outro lado da tela, sente o mesmo.

Aqui, neste espaço, sou eu, sem máscaras, sem filtros, apenas palavras que nascem da minha alma. E isso basta. Porque, no fim das contas, não importa o rosto por trás do texto, mas sim as conexões que ele cria.

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