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E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

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Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

"Tem dois tipos de maus": o dia em que meu filho me fez rir e refletir

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Outro dia, numa daquelas conversas corriqueiras em família, meu filho soltou uma frase que me fez rir e, ao mesmo tempo, pensar: “Mas ela pode falar mal de você. Tem dois tipos de maus.” Ficamos sem entender direito o que ele quis dizer. Olhei para o meu marido e caímos na risada. Foi aquele tipo de riso gostoso que alivia o dia, aproxima, cura. Mesmo sem decifrar a lógica da fala, ela ficou reverberando em mim — porque tinha ali algo de muito verdadeiro: ele nos observa. Ele sente o que vivemos, mesmo sem entender tudo. Aqui em casa, escrever é meu jeito de sobreviver à bagunça emocional dos dias. Sempre peço para meu marido ler os textos que publico no blog. Ele reluta um pouco (acha que vai ser mencionado de um jeito... digamos, comprometedor — risos). Mas não é isso. Nunca foi. Escrever não é sobre expor, é sobre me ouvir. É o meu exercício de autoterapia. Quando escrevo, coloco para fora o que me atravessa. Ganho clareza, vejo caminhos e entendo melhor o que sinto. E compartil...

Maternidade depois dos 35: o amor que nasce no caos e floresce com o tempo

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Sempre soube, sem saber explicar, que minha jornada como mãe não seria tradicional. E, mesmo sem entender como, sentia que meu filho chegaria até meus 40 anos. Ele chegou. Não da forma mais suave, nem da maneira que eu idealizei, mas com a intensidade exata para transformar minha vida. Se você também é mãe — ou sonha ser — e sente que sua história é diferente das que costumam ser contadas, esse texto é para você. A intuição que anunciava um encontro Por meses eu dizia ao meu marido: “Sinto que algo vai acontecer. Não sei o quê, mas sei que será até março.” Março chegou, e junto com ele, o nosso filho. Um menino de sete anos que passou a viver conosco como quem sempre pertenceria à nossa casa — e aos nossos corações. Foi tudo muito rápido. A ansiedade, o medo, a alegria. As promessas silenciosas que fazemos a nós mesmas quando um filho chega: “eu vou dar conta, eu vou ser tudo o que ele precisa”. Mas a maternidade, especialmente quando é atravessada por traumas e histórias pregressas...