E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

A maternidade me mudou. O casamento me desafia. E, muitas vezes, o trabalho me esgota.
Sou mulher, esposa, mãe… e alguém que está tentando, dia após dia, não se perder de si mesma.
Nos últimos tempos, tenho usado a escrita como uma forma de terapia — um jeito de me ouvir no meio do barulho do mundo. Revisitar antigas crenças, refazer caminhos e romper padrões que já não me cabem tem sido tão necessário quanto doloroso. Nem sempre é fácil se encarar com honestidade.
Dizer “não” para os outros, quando isso significa dizer “sim” para mim, tem sido um desafio enorme. Sinto culpa. Sinto medo. Sinto como se estivesse falhando.
Deixar o trabalho no trabalho parece uma meta inalcançável. Mesmo quando o expediente termina, minha mente continua ligada, preocupada, produtiva — como se a minha existência dependesse disso. Já trabalhei em fins de semana que não exigiam minha presença. Já adiei descansos que meu corpo implorava. Já aceitei mais do que eu deveria. Tudo por medo de desagradar. De não ser “boa o suficiente”.
E, no fundo, por medo de mudar.
Abandonar o trabalho que tem me adoecido não é uma escolha simples. Carrego o receio de não dar certo em outro lugar. Me pergunto se mereço uma vida mais leve. Me questiono se sou realmente capaz de viver algo diferente — algo mais alinhado com a minha saúde mental, com meu tempo, com o que sou.
Às vezes, a impressão que tenho é que nada vai dar certo. Que o fracasso é inevitável. Que sou pequena demais para grandes voos.
Mas será mesmo?
Nem sempre conseguimos mudar tudo de uma vez. Mas podemos começar aos poucos — um “não” de cada vez, uma pausa merecida, uma escolha mais leve, um texto como este.
Através das palavras, vou me resgatando. Compartilho minhas dores porque sei que, em algum lugar, outra mulher também está tentando se reerguer. E, se minha voz encontrar a sua, já valeu a pena.
Se você chegou até aqui, respire fundo. Reconheça sua coragem. Mesmo nas dúvidas, você está buscando por algo melhor. E isso já é grandioso.
💬 Me conta nos comentários: o que tem sido difícil pra você ultimamente? Vamos juntas transformar dor em força.
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