E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

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Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

A Carga Invisível da Mulher: Quando Ser Mãe e Esposa Vira um Peso Silencioso

Carga Invisivel

Tem dias em que a gente acorda já cansada. O corpo até saiu da cama, mas a cabeça continua carregando tudo o que ficou pendente de ontem, da semana passada, de meses atrás. E, às vezes, nem dá pra explicar o porquê desse peso. Mas ele está lá.

Se você é mulher, mãe, esposa — ou tudo isso ao mesmo tempo — talvez saiba bem do que estou falando. Essa carga invisível que acompanha tantas de nós não tem hora para aparecer. Ela mora na cabeça e no coração.

É você quem lembra da vacina do filho. Do aniversário da sogra. Da reunião da escola. É você quem compra o presente do colega de sala, organiza a rotina da casa, marca a consulta do marido e ainda tenta — entre um caos e outro — não se esquecer de si mesma.

Mas a verdade é que, muitas vezes, você se esquece.


Ninguém vê, mas pesa

O mais dolorido é que esse esforço quase nunca é notado. Ninguém te aplaude por lembrar que acabou o sabão em pó ou por ter colocado a escova de dentes nova na mala do filho antes da viagem da escola. São detalhes. Mas são os seus detalhes. Os que você carrega em silêncio.

E quando algo escapa? Vem a culpa. Aquela culpa que só as mães entendem. Por não conseguir buscar o filho na escola. Por não conseguir ajudar com o dever. Por não ter tempo de comprar o presente de aniversário ou esquecer de responder a professora no grupo da escola.

A gente se cobra demais. E pior: às vezes se culpa por não dar conta de um fardo que, na verdade, nunca deveria ter sido carregado sozinha.


Você não é exagerada. Você está sobrecarregada.

Você já tentou explicar esse cansaço e recebeu como resposta um “mas por que você está tão estressada?” ou um “é só pedir ajuda”? Como se a ajuda precisasse ser pedida, desenhada, explicada. Como se fosse responsabilidade sua ensinar o outro a enxergar o óbvio.

Mas deixa eu te dizer uma coisa com carinho:
Você não está errada por se sentir cansada. Está cansada porque tudo isso é realmente demais para uma pessoa só.

E, mais importante ainda: você não está sozinha.


Você merece cuidado também

Entre tantas funções, obrigações e entregas, você precisa — e merece — um espaço de pausa. Um lugar onde possa respirar sem culpa, sem medo de estar falhando. Um tempo para lembrar que antes de ser mãe, esposa, profissional... você é mulher. É gente. É vida pulsando.

Você tem o direito de descansar. De não dar conta de tudo. De pedir ajuda — ou simplesmente se calar por um instante. Você tem o direito de ser cuidada também.


Como começar a aliviar o peso?

Não existe uma solução pronta, mas existem caminhos:

✨ Converse com quem caminha ao seu lado. Nem sempre o outro entende, mas às vezes só precisa ser chamado para enxergar.

✨ Divida, de verdade, as responsabilidades. Delegar não é mandar fazer. É confiar, dividir, somar.

✨ Abrace suas imperfeições. Você não é menos mãe porque não deu conta de tudo.

✨ Permita-se descansar — mesmo que seja só por alguns minutos com a porta fechada e um café na mão.

✨ Crie espaços de escuta. Escreva, fale, leia… encontre lugares (como este aqui) onde você possa existir sem precisar se explicar.


Este blog é um desses espaços. Um lugar onde você pode se sentir acolhida, compreendida e menos sozinha. Porque, sim, a vida pode ser exaustiva. Mas você não precisa enfrentá-la sem apoio.

Eu vejo você. Eu entendo você.
E, por aqui, você é sempre bem-vinda — com toda sua bagunça, sua força e sua humanidade.

Com carinho,
Uma mulher como você.

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