E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Tem dias em que a gente acorda já cansada. O corpo até saiu da cama, mas a cabeça continua carregando tudo o que ficou pendente de ontem, da semana passada, de meses atrás. E, às vezes, nem dá pra explicar o porquê desse peso. Mas ele está lá.
Se você é mulher, mãe, esposa — ou tudo isso ao mesmo tempo — talvez saiba bem do que estou falando. Essa carga invisível que acompanha tantas de nós não tem hora para aparecer. Ela mora na cabeça e no coração.
É você quem lembra da vacina do filho. Do aniversário da sogra. Da reunião da escola. É você quem compra o presente do colega de sala, organiza a rotina da casa, marca a consulta do marido e ainda tenta — entre um caos e outro — não se esquecer de si mesma.
Mas a verdade é que, muitas vezes, você se esquece.
O mais dolorido é que esse esforço quase nunca é notado. Ninguém te aplaude por lembrar que acabou o sabão em pó ou por ter colocado a escova de dentes nova na mala do filho antes da viagem da escola. São detalhes. Mas são os seus detalhes. Os que você carrega em silêncio.
E quando algo escapa? Vem a culpa. Aquela culpa que só as mães entendem. Por não conseguir buscar o filho na escola. Por não conseguir ajudar com o dever. Por não ter tempo de comprar o presente de aniversário ou esquecer de responder a professora no grupo da escola.
A gente se cobra demais. E pior: às vezes se culpa por não dar conta de um fardo que, na verdade, nunca deveria ter sido carregado sozinha.
Você já tentou explicar esse cansaço e recebeu como resposta um “mas por que você está tão estressada?” ou um “é só pedir ajuda”? Como se a ajuda precisasse ser pedida, desenhada, explicada. Como se fosse responsabilidade sua ensinar o outro a enxergar o óbvio.
E, mais importante ainda: você não está sozinha.
Entre tantas funções, obrigações e entregas, você precisa — e merece — um espaço de pausa. Um lugar onde possa respirar sem culpa, sem medo de estar falhando. Um tempo para lembrar que antes de ser mãe, esposa, profissional... você é mulher. É gente. É vida pulsando.
Você tem o direito de descansar. De não dar conta de tudo. De pedir ajuda — ou simplesmente se calar por um instante. Você tem o direito de ser cuidada também.
Não existe uma solução pronta, mas existem caminhos:
✨ Converse com quem caminha ao seu lado. Nem sempre o outro entende, mas às vezes só precisa ser chamado para enxergar.
✨ Divida, de verdade, as responsabilidades. Delegar não é mandar fazer. É confiar, dividir, somar.
✨ Abrace suas imperfeições. Você não é menos mãe porque não deu conta de tudo.
✨ Permita-se descansar — mesmo que seja só por alguns minutos com a porta fechada e um café na mão.
✨ Crie espaços de escuta. Escreva, fale, leia… encontre lugares (como este aqui) onde você possa existir sem precisar se explicar.
Este blog é um desses espaços. Um lugar onde você pode se sentir acolhida, compreendida e menos sozinha. Porque, sim, a vida pode ser exaustiva. Mas você não precisa enfrentá-la sem apoio.
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