E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

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Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

Quando tudo pesa: o cansaço invisível de ser a mulher que segura o mundo

Centralização

Você também sente que carrega mais do que deveria? Às vezes, o fardo não é só físico — é emocional, silencioso e solitário. E você não está sozinha nisso.

Tem dias em que parece que tudo depende de mim. Como se fosse minha responsabilidade manter a casa em ordem, os filhos bem, o casamento em pé e ainda resolver os erros dos outros. Como se o mundo ao meu redor só funcionasse porque eu estou ali, centralizando tudo, controlando tudo — e, no fundo, me desgastando em silêncio.

Às vezes, me sinto muito sozinha.
Não é solidão de não ter companhia — é aquela solidão interna, de quem está sempre cercada de gente, mas ainda assim sente que só pode contar consigo mesma.

É como se, quando algo dá errado, a culpa automaticamente caísse em mim — mesmo quando não foi minha escolha, minha atitude, minha falha.
Mas eu assumo.
Eu absorvo.
Eu conserto.

Essa carga emocional que a gente carrega tem nome: sobrecarga mental, culpa materna, perfeccionismo feminino — tudo isso que vai se infiltrando na rotina e se tornando “normal”, quando não deveria ser.

Se você se identifica com isso, saiba: você não está sozinha.
Quantas de nós fomos ensinadas a dar conta de tudo? A sermos fortes o tempo todo? A colocar as necessidades dos outros sempre em primeiro lugar?

Mas e a gente?
Quem segura a nossa mão quando a gente desmorona por dentro?

Eu comecei esse blog como uma forma de me ouvir, me entender, me cuidar. E escrever aqui, abrir o peito, é o meu jeito de lembrar que eu também sou humana. Que eu não preciso dar conta de tudo. Que tá tudo bem pedir ajuda. Que dividir o peso é também um ato de coragem.

Se você também sente esse peso que ninguém vê, deixa eu te dizer uma coisa importante: você merece leveza. Você merece apoio. Você não precisa se responsabilizar por tudo.

Talvez a gente nunca consiga se livrar completamente desse impulso de querer resolver o mundo. Mas aos poucos, com afeto, com consciência, com rede de apoio (mesmo que virtual), dá pra aprender a respirar mais leve. E isso já é um recomeço. 

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