E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

Imagem
Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

Acreditar é preciso: como pequenos sinais mostram que não estamos sozinhas

Acreditar é preciso

Nem sempre é fácil caminhar. Tem dias que a gente se sente sem forças, sem coragem, sem fé. E é nessas horas que acreditar se torna um gesto de resistência. Acreditar em algo maior. Acreditar em nós mesmas. Acreditar que, mesmo quando tudo parece perdido, o universo está se movendo a nosso favor, silenciosamente.

Esses dias, me peguei lembrando de uma fase difícil da minha juventude. Eu tinha por volta de vinte anos e eu e minha irmã mais nova tomavamos conta de duas crianças. A situação em casa era apertada. Eu não costumava pedir dinheiro aos meus pais, então me virava para conseguir aquilo que eu preciva.

Certa vez, eu estava sem nenhum tostão e precisava de uma coisa simples: desodorante. Pode parecer banal, mas naquele momento era uma necessidade e eu me preocupava com isso — e eu realmente não sabia como iria resolver.

Então, algo inesperado aconteceu.

A mãe das crianças chegou para buscá-las e, sem que eu tivesse falado absolutamente nada, me entregou alguns frascos de desodorante. Simples assim. Um gesto aparentemente pequeno, mas que carrega em si algo imenso: cuidado, intuição, providência.

Naquela hora, senti como se Deus estivesse me dizendo: "Eu vejo você. Eu cuido de você, até nos mínimos detalhes."

Quantas vezes a gente passa por cima desses sinais? Quantas vezes deixamos de perceber que há algo — ou Alguém — cuidando de nós, mesmo quando tudo parece escuro?

Não, eu não sou daquelas pessoas que acordam todos os dias com fé transbordando. Às vezes, me sinto perdida. Às vezes, não tenho forças nem para orar. Mas mesmo assim, no silêncio, acredito que a mão de Deus continua estendida. Que Ele não precisa de barulho para agir. Que o cuidado d’Ele se revela, muitas vezes, através de gestos simples, inesperados, humanos.

E é por isso que eu digo: acreditar é preciso.

Acreditar que o dia ruim vai passar. Que a ajuda vem. Que a resposta chega, mesmo quando não temos mais esperança.

Acreditar que não estamos sozinhas, mesmo quando tudo parece desabar.


Talvez você esteja vivendo uma fase difícil agora. Talvez esteja cansada de ser forte, de dar conta de tudo. Se esse for o seu caso, receba esse texto como um abraço apertado. Você não está só. Eu vejo você. E mesmo que você ainda não veja, há algo maior te guiando também.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Do Medo à Liberdade: Uma Jornada de Autoconhecimento e Superação

A Escrita Como Terapia: Uma Voz Sem Rosto, Mas Com Alma

Adoção e Construção de Vínculos: O Dia em Que Vi Meu Filho Pela Primeira Vez