E quando a gente dá tanto… e recebe tão pouco?

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Me diz, você já se sentiu assim? Como se tudo que você faz nunca fosse o bastante… ou, pior, como se ninguém percebesse o quanto você se doa? Eu me sinto assim. Mais vezes do que gostaria de admitir. E, sempre acabo me sentindo sozinha. Se eu vou pra cozinha, faço questão de caprichar. Escolho com cuidado os ingredientes, penso no que cada um gosta, tempero com amor, porque, pra mim, cuidar é uma forma de amar. Se limpo a casa, não é só pra ficar apresentável. Eu quero ver o branco voltar a ser branco, quero sentir aquele cheirinho de casa limpa, de cuidado, de aconchego. Porque eu não sei fazer de qualquer jeito. Nunca soube. E, ainda assim... tem dias que o peso vem. Vem quando percebo que o café — aquele café que tanto me faz bem — tá acabando… e fico esperando, quase na esperança boba, que alguém perceba e compre. Que alguém se lembre que isso também é amor. Vem quando vejo que, se alguém resolve "ajudar" na faxina, o pó dos móveis fica lá. E eu me pergunto: será qu...

Quando Ser Mãe e Trabalhar Fora Não Era o Que Eu Sonhava: Um Desabafo Real

Culpa materna

A expectativa que eu tinha para a maternidade

Desde muito jovem, eu sabia o que queria para minha vida quando chegasse o momento de ser mãe: queria estar presente. Sonhava em deixar o trabalho fora para me dedicar integralmente à maternidade, à família, ao lar. Eu desejava ser o porto seguro, a presença constante que acompanha cada passo, cada pequena conquista.

Mas a vida, às vezes, segue por caminhos que não escolhemos.


A realidade que me encontrei vivendo

Hoje, concilio a maternidade com o trabalho fora. Não por escolha, mas por necessidade. E essa realidade pesa.
O cansaço é constante, a exaustão virou companhia diária. Muitas vezes me vejo sem energia para ser a mãe que idealizei ser. Meu filho, que enfrenta desafios como o TDAH, precisa de atenção, de acompanhamento, de um suporte que eu, apesar de todo amor, nem sempre consigo oferecer.

E isso dói.
Dói profundamente.


A culpa materna: o fardo invisível

A culpa mora em cada olhar cansado, em cada tarefa que não consegui acompanhar, em cada resposta impaciente que dei sem querer.
Ela se instala e ecoa a cada noite, me fazendo questionar se estou falhando — não só como mãe, mas como mulher, como profissional, como pessoa.

Busquei alternativas. Tento, todos os dias, encontrar um caminho para trabalhar de casa, para ter mais tempo, mais presença, mais vida junto ao meu filho.
Mas cada tentativa frustrada abala minha confiança. O medo se instala, sussurrando que talvez eu nunca consiga mudar essa realidade.

E confesso: há dias em que acredito nesse medo.


Você que me lê: você não está sozinha

Se você, mulher, mãe, sente-se assim também, quero que saiba: eu entendo.
Sei o peso da expectativa não correspondida. Sei o quanto é duro carregar o sonho no peito enquanto a realidade exige forças que já parecem esgotadas.

Não estamos sozinhas. Nossas lutas são reais. Nossa dor é legítima.
E o amor que sentimos por nossos filhos é imenso — mesmo quando estamos cansadas, frustradas, com medo.


É preciso acolher nossas próprias dores

Não precisamos ser perfeitas para sermos boas mães.
Não precisamos vencer todos os dias para sermos fortes.
Às vezes, ser forte é simplesmente não desistir, mesmo com lágrimas nos olhos e o coração apertado.

E se o caminho parece difícil, talvez seja porque ele está nos moldando para algo maior, algo que ainda não conseguimos enxergar, mas que está sendo construído, passo a passo, dentro de nós.


A você, mulher incrível que lê essas palavras: acolha sua jornada. Com gentileza. Com amor. Com esperança.
Mesmo que hoje pareça impossível, a vida pode — e vai — florescer novamente. 🌷

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