Tem coisas que a gente só entende com o tempo. E, às vezes, com um pouco de dor também.
As pessoas sempre me viam, eu não concordo com elas, como alguém tranquila, calma, doce até. Mas a maternidade… ah, a maternidade tem o dom de revelar nossas bordas e dores mais profundas.
Descobri, o que no fundo eu já sabia, que eu gosto de saber o passo a passo, entender os porquês, acompanhar cada detalhe. Gosto de ter o controle de tudo. É como se isso me desse a ilusão de que as coisas estão no lugar — mesmo quando o mundo parece um furacão.
Meu marido é diferente.
Ele é mais direto. Mais prático. Menos emocional e muito distraído.
Enquanto eu quero mergulhar no como e no porquê, ele já está lá, fazendo do jeito dele.
E isso me tirava do eixo, confesso que em algumas situações ainda tira.
Porque, no fundo, eu queria que ele fosse como eu achava que ele deveria ser.
E foi aí que começou o meu aprendizado mais profundo: soltar a expectativa para enxergar a realidade com mais ternura.
Ele é o pai que ele consegue ser, não o que eu "determinava" que ele devesse ser.
E isso é mais do que suficiente.
Mesmo com todas as dificuldades — inclusive as financeiras, que pesam tanto nos nossos ombros — ele tenta.
Ele se esforça. Ele cuida do nosso filho como pode, com o que sabe, do jeitinho dele.
E, hoje, com mais amor nos olhos e menos julgamento no coração, eu consigo ver isso.
Ele é dedicado nas pequenas coisas que, antes, talvez eu nem enxergasse. Ele acolhe, protege, se faz presente do seu modo. E tudo bem se não for do meu jeito — porque, no fundo, o que importa é que nosso filho tem em quem se apoiar.
Durante um bom tempo, eu tentei moldar ele à imagem que eu criei: o pai ideal, o marido perfeito, o parceiro que sabe exatamente o que fazer.
Mas isso me machucava. Machucava ele também.
E não nos deixava crescer.
A verdade é que estamos todos tentando.
Cada um com suas ferramentas, seus traumas, seus limites.
E eu entendi: amor também é deixar o outro ser quem ele é, mesmo que para mim seja muito difícil aceitar isso.
É confiar que ele vai encontrar o próprio caminho, mesmo que não seja o que eu desenhei.
É respirar fundo e, mesmo com medo, dar espaço.
🤍 Se você se sente assim também…
Talvez você, aí do outro lado, esteja passando por algo parecido.
Talvez você sinta que precisa segurar tudo sozinha porque, se soltar, algo vai dar errado. Talvez você queira controlar para proteger — e, olha, eu entendo. De verdade.
Mas deixa eu te contar o que tenho aprendido com todo o meu coração:
não existe controle que traga paz. Mas existe acolhimento que transforma.
Quando a gente abre espaço, o outro floresce.
Quando a gente abaixa as defesas, a relação respira.
Quando a gente se permite enxergar com mais amor do que crítica, algo dentro da gente também se cura.
Não é fácil.
Mas é bonito.
E é possível.
Estamos todas aprendendo. E está tudo bem não saber tudo agora.
Se você sente que sua jornada está difícil e parece impossível abrir espaço para o outro respirar, saiba que estou aqui para você. Pode me enviar um e-mail ou deixar um comentário — vou ficar muito feliz em te ouvir.
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